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A vida dos empresários e dos executivos de empresas de pequeno e médio portes no Brasil não costuma ser nada fácil. A começar pela dificuldade de se definir o que é uma PME, termo utilizado por instituições financeiras, órgãos governamentais e entidades de fomento e apoio ao empreendedorismo com diferentes definições. Ainda assim, não há como negar a importância dessas pequenas e médias organizações para a economia, seja por sua capacidade de geração de empregos ou pela velocidade com que se adaptam a novos cenários. 

 

Se adotarmos o critério definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seus estudos, pautado no número de funcionários de cada empreendimento, a conclusão é de que, num universo de 4,5 milhões de empresas existentes no país em 2017, pouco mais de 480 mil estavam na categoria das PMEs e, entre elas, cerca de 32 mil na faixa das corporações de médio porte. A quantidade dessas últimas é pouco superior ao das 27 mil grandes empresas em operação no Brasil. Exceto a paridade numérica, são muito poucos os paralelos nas realidades vividas por essas organizações.

 

Em linhas gerais, as grandes contam com os benefícios de uma marca consolidada e de acesso a linhas de crédito para projetos de expansão e de atualização tecnológica. Já as médias, ao lado das pequenas, enfrentam grandes desafios para levantar capital, se manterem competitivas, lidarem com os solavancos do mercado e de fazerem frente à concorrência. Bem, talvez você esteja se perguntando: mas afinal de contas, o que tudo isso tem a ver com o título deste artigo? Se olharmos para o que significa o termo sustentabilidade, do ponto de vista corporativo, a resposta é: tudo!

 

A sustentabilidade empresarial é um processo estratégico voltado à sobrevivência da organização no médio e no longo prazo. Para tanto, é fundamental adotar critérios capazes de lidar com os riscos e as oportunidades relacionadas às três esferas que compõem hoje a tão badalada sigla ESG (em inglês, ambiental, social e de governança). Essa visão parte do princípio de que, para sobreviver, é preciso gerar retornos financeiros, mas a empresa também dever cuidar das necessidades de outros grupos importantes para sua existência. Funcionários, clientes e a sociedade como um todo precisam ser beneficiadas pelas operações da organização.

 

Manter o equilíbrio entre as responsabilidades de entrega de resultados aos acionistas e investidores e o atendimento às exigências dos demais públicos não é uma tarefa simples. Sua realização com maestria está no centro de toda gestão empresarial bem-sucedida. O problema é que, quando esse equilíbrio é rompido por conta da concretização de um risco, grandes corporações contam com recursos para lidar com a crise gerada e muitas delas têm também um anteparo, representado pela boa vontade da sociedade para com uma marca conhecida (os especialistas em relações públicas chamam esse fenômeno de “colchão de boa vontade”).

 

A realidade das pequenas e médias empresas, no entanto, é bem diferente. Além da menor robustez para suportar o impacto financeiro gerado por um evento adverso, normalmente têm marcas menos conhecidas e uma reputação ainda em construção. É fundamental, portanto, conhecer os riscos aos quais a corporação está submetida e atuar proativamente para reduzir a probabilidade de concretização ou neutralizar os de maior impacto. Para aqueles cuja eliminação não seja possível, repassar o risco, por meio da contratação de apólice de seguro, pode representar a diferença entre a vida e a morte da empresa, no caso de materialização desse risco.

 

Hoje, não são poucos os elementos que colocam em alerta os executivos de empresas de todos os setores de atividade. A definição de arcabouços legais referentes a temas trazidos à tona pelo processo de mudança tecnológica é um exemplo. Isso porque amplia as possibilidades de perdas e, principalmente, de inviabilização de negócios no caso de descuidos. Um caso prático foi a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em agosto de 2020, que impôs às empresas uma série de exigência e responsabilidades que, se não observadas, geram grandes penalidades, além de desgaste de reputação.

 

Essa á apenas uma das categorias de risco aos quais as corporações estão submetidas. A questão é: sua empresa tem consciência de suas vulnerabilidades? Afinal, para ficar apenas na esfera operacional, os riscos no mundo virtual vão muito além da questão do vazamento de dados. Os ataques cibernéticos aumentam a cada dia. Empresa, entidades governamentais e todo tipo de organização são alvos frequentes de hackers, especialmente após a adoção em larga escala do trabalho remoto, por conta da pandemia de Covid-19. Segundo dados compilados pela Fortinet (multinacional da área de cibersegurança), em 2019 foram registadas 24 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no Brasil. Em novembro de 2020, um ataque chegou a paralisar o próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

Apesar do aumento significativo dos riscos e da complexidade do cenário no qual as empresas estão inseridas, muitas das PMEs sequer conhecem sua matriz de riscos. Até por conta desse desconhecimento, não estão preparadas para lidar com a crise gerada pela concretização de um deles e tão pouco contam com coberturas adequadas para superá-las. Considerando o aumento dos desafios impostos a toda empresa neste momento de grandes transformações tecnológicas e sociais, não resta dúvida de que a proteção oferecida pelo mercado segurador é chave para a perenidade das corporações. Isso vale especialmente para aquelas com menos capacidade para lidar com o impacto de uma crise, como é o caso das PMEs.   

 

Em linhas gerais, o setor de seguros atua em três frentes que não podem ser negligenciadas pelos gestores dessas empresas:  

  • O mercado segurador desempenha um papel significativo no gerenciamento de riscos, atenuando ameaças. Embora a maioria das PMEs possua seguros para atender exigências legais, satisfazer condições contratuais específicas ou atender aos requisitos do proprietário, muitas não contam com apólices de seguro adequadas, capazes de garantir proteção para os maiores riscos aos quais estão expostas.
  • Ao dispor de uma carteira de seguros construída de forma adequada para suas necessidades, a empresa conta com apoio financeiro necessário para gerir riscos complexos, como riscos de reputação, riscos com segredos comerciais, riscos políticos ou regulatórios.
  • Se sustentabilidade é um processo voltado a garantir a sobrevivência da organização, contar com a proteção de apólices adequadas para os principais riscos aos quais ela está exposta é fundamental. Afinal, é improvável que as PMEs possam arcar com grandes perdas causadas por interrupções ou fechamentos de negócios, perdas de receita, atrasos na cadeia de suprimentos ou danos às propriedades vizinhas.


Apesar de tudo isso, para os gestores das PMEs os prêmios de seguro podem parecer um investimento elevado e nem sempre é simples entender o clausulado que assegura coberturas para riscos complexos. Paralelamente, muitas pequenas e médias empresas não têm um entendimento adequado dos riscos às quais estão expostas nem o quanto uma cobertura insuficiente de seguro pode vir a ser catastrófica para suas operações. Hoje, mais do que nunca, é preciso mudar essa visão e essa realidade.

 

Este documento é de natureza consultiva e é oferecido como um recurso a ser usado em conjunto com seus consultores profissionais de seguros na manutenção de um programa de prevenção de perdas. É apenas uma visão geral e não se destina a substituir a consulta com seu corretor de seguros ou aconselhamento jurídico, de engenharia ou outra consulta profissional.

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